quinta-feira, 14 de abril de 2022

JORGE VAI AOS FILMES – Chuva de Filmes

Nestas duas últimas semanas vi, entre salas de cinema e serviços de streaming, sete novos filmes. Podia ter visto mais, mas não tive tempo para isso (também gosto de ver algumas séries e fazer outras coisas).


FLEE – A FUGA (Flee) de Jonas Poher Rasmussen – Classificação: 7 (de 1 a 10) 

Adorava poder dizer que foi uma excelente colheita de filmes, mas oscilaram entre o mauzinho e, um único caso, um título acima da média. Este foi o FLEE – A FUGA, um interessante documentário em formato de cinema de animação, que nos obriga a colocar as nossas vidas em perspectiva. A saga dramática e humana de Amin, um puto que é obrigado a fugir do Afeganistão com a sua família, é um verdadeiro murro no estômago. É triste, mas a raça humana é tramada e de humana por vezes tem muito pouco ou nada. A animação não é perfeita, mas o realizador Jonas Poher Rasmussen tira o maior proveito dela conseguindo emocionar-nos sem lamechices e passar a sua mensagem sem parecer que está a pregar.


AMBULÂNCIA – UM DIA DE CRME (Ambulance) de Michael Bay – Classificação: 1 (de 1 a 10) e A BOLHA (The Bubble) de Judd Apatow – Classificação: 2 (de 1 a 10) 

Do lado oposto do espectro, vi a última perseguição de Michael Bay e uma comédia “covid” de Judd Apatow. O primeiro, AMBULÂNCIA – UM DIA DE CRIME, é apenas isso, uma longa perseguição policial, com muitos maus pelo meio, que se prolonga por mais de duas intermináveis horas e que, infelizmente, não chega a ser suficientemente mau para ser pelo menos divertido. É uma pena ver o borracho do Jake Gyllenhaal em “overacting” de esgares de louco; esqueçam. Quanto ao A BOLHA, a ideia tem graça e o elenco capacidades para lhe fazer jus. Imaginem uma equipa de filmagens fechada, por causa do Covid, num hotel de luxo a fim de fazerem um novo capítulo de uma saga de ficção-científica, “Cliffbeasts”. O problema é que a graça inicial depressa se esgota e ao fim de duas longas horas os sorrisos desvanecem-se.

O PROJECTO ADAM (The Adam Project) de Shawn Levy – Classificação: 3 (de 1 a 10) e MONSTROS FANTÁSTICOS: OS SEGREDOS DE DUMBLEDORE (Fantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore) de David Yates – Classificação: 6 (de 1 a 10) 

Já que falei de ficção-cientifica, isso leva-me a outro dos filmes que vi, cujo cartaz trás à mente memórias nostálgicas do ET. Refiro-me ao O PROJECTO ADAM, um filme de aventuras juvenil que vive da presença sempre simpática de Ryan Reynolds, bem acompanhado com o seu “mini me” Walker Scobell. Viagens no tempo, dramas familiares, uma “vilona” que é uma cabra e algum humor, não chegaram para me convencer. No campo do fantástico gostei muito mais do novo capítulo dos MONSTROS FANTÁSTICOS, onde criaturas mágicas se misturam com politiquices de feiticeiros, apelando à nossa imaginação e com alguns bons momentos de suspense. É verdade, no papel de Grindewald, Mads Mikkelsen não faz esquecer a loucura demente e divertida de Johnny Depp, mas gostei mais deste filme do que dos dois capítulos anteriores.

OS OLHOS DE TAMMY FAYE (The Eyes of Tammy Faye) de Michael Showalter – Classificação: 6 (de 1 a 10) 

Se gostam de biografias e de Jessica Chastain, não percam OS OLHOS DE TAMMY FAYE. Não é um grande filme, mas Tammy Faye e seu marido Jim Bakker fazem um casal mais que interessante e a sua história parece ter sido escrita por um argumentista de Hollywood, mas é praticamente tudo verdade. Andrew Garfield e Cherry Jones são muitos como o marido e a mãe de Tammy, mas o filme pertence a Jessica Chastain. Ela é simplesmente extraordinária e o seu Óscar foi mais que merecido, bem como o Óscar para o fantástico trabalho de maquilhagem. Aconselho a darem-lhe uma vista de olhos.


CORDEIRO (Lamb) de Valdimar Jóhannsson – Classificação: 6 (de 1 a 10) 

E para terminar, talvez o filme mais estranho, ou como alguém comentou, mais bizarro do ano. Imaginem um casal que vive isolado nos montes no meio do seu rebanho e que decide adoptar um cordeiro como sendo sua filha, com consequências dramáticas para eles e, por vezes, incomodativas para nós. Este CORDEIRO chega-nos da Islândia e o seu realizador, Valdimar Jóhannsson, consegue criar uma atmosfera fantástica e tensa, onde a bicharada tem ar de quem nos pode atacar em qualquer momento. O ritmo é lento, a paisagem inóspita, o elenco eficaz, os efeitos especiais bons, mas para mim precisa de mais qualquer coisa e o final deixou-me insatisfeito. Seja como for, acho que nunca mais vou olhar para as ovelhas da mesma maneira.


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