quarta-feira, 16 de março de 2022

JORGE VAI AOS FILMES – Novidades e Nostalgia

Para quem não tenha reparado, mudei o título desta minha coluna de “Jorge Vai ao Cinema” para “Jorge Vai aos Filmes”, pois hoje em dia, mais do que nunca, acabam por haver títulos mais interessantes para ver nos Netflix e HBO destes mundos do que nas salas de cinema.


ESTRANHAMENTO VERMELHO (Turning Red) de Sian Heder – Classificação: 6 (de 1 a 10) 

É estranho, mas esta semana o último filme de animação da Pixar, ESTRANHAMENTE VERMELHO, estreou no canal Disney, sem sequer passar pelos cinemas. Ficamos a perder com isso? Não sou a melhor pessoa para vos responder à pergunta, pois prefiro ver os filmes no cinema; mas a verdade é que com a qualidade de imagem e som que já se consegue ter em casa (com a vantagem de não vermos luzes de telemóveis a acender em momentos cruciais dos filmes), muitas vezes essa pode ser a melhor opção.

Quanto a este filme do panda vermelho, não é dos melhores da Pixar, mas é dos mais audazes e não digo isso por ter uma heroína asiática. Quem diria que um dia alguém se ia lembrar de fazer um filme sobre a menstruação? Pois é, a pequena Meilin, está a transformar-se numa adolescente irritante, com as hormonas aos saltos e quando se irrita ou emociona, solta o vermelho que há em si, neste caso uma fofinha panda vermelha. Claro que há uma razão por detrás disto, mas o resultado fez-me rir muito e a boy-band que aparece é deliciosamente pirosa. Os meus parabéns à Pixar pela ousadia!


FRESH de Mimi Cave – Classificação: 7 (de 1 a 10) 

Curiosamente também foi no canal da Disney, que vi um interessante e macabro filme de terror, seu nome é FRESH e acreditem que é bem fresco! Daisy Edgar-Jones e Sebastian Stan formam um casal simpático, divertido e com imensa química... mas ele tem um segredo e mais não posso dizer. Para mim foi uma agradável surpresa, que começa como comédia romântica, para se tornar num thriller violento, onde o humor negro está sempre presente, e, felizmente, onde, ao contrário que seria de esperar, o gore não é fundamental. Pode haver quem precise de ter um bom estômago para o ver, mas acreditem que vale a pena. Obrigado Mimi Cave por nos dar esta pequena negra preciosidade!


RESISTÊNCIA (Resistance) de Jonathan Jakubowicz – Classificação: 7 (de 1 a 10) 

Mas também fui ao cinema. Desta vez ver um filme que, derivado ao que se passa no nosso mundo, é infelizmente actual. Chama-se RESISTÊNCIA e conta-nos um episódio da Segunda Guerra Mundial, quando o famoso mimo/actor Marcel Marceau (um convincente Jesse Eisenberg) se junta à resistência francesa para ajudar a salvar crianças judias órfãs. Não é o melhor filme sobre o tema, mas é suficientemente emocional para nos dar vontade de nos juntarmos à resistência e lutar contra os “maus”, neste caso os Nazis, presentemente Putin e seus apoiantes. As questões que levanta são tão válidas dantes como hoje: que direito tem outro país de invadir outro, que direito tem uma ‘raça’ de destruir outra, que direito têm outros de nos forçar a ser como eles ou a seguir os seus ideais. Tudo perguntas cuja resposta é só uma, ninguém tem esse direito!


A AVENTURA DO POSEIDON (The Poseidon Adventure) de Ronald Neame – Classificação: 7 (de 1 a 10) 

Voltando ao pequeno écran, revi dois filmes que vi, faz muitos anos no cinema, um em reposição e outro em estreia. O primeiro a que me refiro é o A AVENTURA DO POSEIDON, o filme em que um navio-cruzeiro se vira de pernas para o ar com um elenco de caras conhecidas no seu interior. Tão eficaz hoje como quando o vi, apesar de todas as suas inverosimilhanças, segue-se com agrado e com suspense; num tempo em que estes filmes não viviam só dos efeitos especiais, mas também de criar um grupo de personagens fortes e credíveis. De certa forma, foi o filme que deu lugar ao chamado cinema-catástrofe e, se nunca viram, prepararem-se para duas horas bem passadas.


OS SALTEADORES DA ARCA PERDIDA (Raiders of the Lost Ark) de Steven Spielberg – Classificação: 10 (de 1 a 10) 

O outro foi um dos meus filmes favoritos (está no meu top-ten). Acredito que já devem ter ouvido falar dele, OS SALTEADORES DA ARCA PERDIDA de Steven Spielberg. Estreou por cá em 1981 e fui à estreia, tendo voltado ao cinema dias depois para o rever. Ele há filmes perfeitos, mesmo com todos os seus defeitos, e este é um deles!

Filme de aventuras por excelência, deu-nos o inesquecível Indiana Jones (um Harrison Ford no topo da sua forma e bom como o milho) e uma história que nos prende à cadeira do princípio ao fim. A procura pela Arca da Aliança onde estão as tábuas dos dez mandamentos, coloca Jones contra os Nazis, com resultados brilhantes, um sentido de humor apurado e uma galeria de personagens que nunca vou esquecer. A química entre Jones e Marion (Karen Allen no seu melhor) é escaldante, o argumento está muito bem construído, Spielberg está no seu melhor, a banda sonora é memorável e o lado sobrenatural/místico dá-lhe o toque final. Inesquecível e “fantabulástico”!  Filmes como o recente UNCHARTED têm muito para aprender.

Bem, isto já vai muito longo. Divirtam-se e bons filmes!

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