Numa pequena e isolada cidade norte-americana, um miúdo vê-se obrigado a alimentar o seu pai e irmão mais novo, ambos trancados no sótão e a sofrerem de uma terrível doença. Uma professora percebe que algo está errado com o miúdo e, com a ajuda do seu irmão xerife, acaba por descobrir algo de terrível.
Já sabem que adoro filmes de terror e sempre fui louco por estranhas criaturas; pois a deste filme é muito bem-vinda! A história não é nada de especial, mas o realizador Scott Cooper dá-nos um filme cinzento, sujo, onde a cor, a luz e o humor não têm lugar. Um pouco mais de suspense e umas decisões mais coerentes por parte dos personagens, podia ter resultado num melhor filme, mas, dentro do género, diria que é um bom filme. Tem um elenco de bons profissionais, segue-se com interesse e adorei a criatura.
Acredito que os fãs do género vão gostar e, espero que isto não seja um “spoiler”, fez-me lembrar o HELLRAISER ou então é só da minha cabeça louca.
CRÓNICAS DE FRANÇA DO LIBERTY, KANSAS EVENING SUN (The French Dispatch) de Wes Anderson – 8
Quatro histórias “ilustram” esta revista cinematográfica. Começamos com a curta “Reportagem de um Ciclista”; segue-se a brilhante “Obra-Prima de Cimento”; a seguir temos o divertido “Revisões a um Manifesto” e terminamos com uma inesquecível perseguição em “A Sala de Jantar Privada do Comissário da Polícia”. Tudo isto “embrulhado” num colorido papel de jornal que envolve o falecimento do director da revista.
Confesso que não fui daqueles cinéfilos que gostou logo do cinema de Wes Anderson, mas com o tempo os seus filmes foram-se tornando mais interessantes e o estilo visual mais apurado e pessoal. É impressionante a variedade e talento do elenco dos seus filmes, conseguindo sempre excelentes interpretações, neste caso em particular tenho que destacar Benicio Del Toro, Tilda Swinton, Frances McDormand, Jeffrey Wright e Adrien Brody.
Mas mais que os actores, é o lado visual dos seus filmes que me marca e que aqui é brilhante. É tudo estudado ao pormenor, incluindo os pequenos detalhes, e gosto da forma simples como tudo flui, passando da cor para o preto e branco, da acção real para o desenho animado. Anderson é, aquilo que se chama, de um autor. Pode não ser para todos os gostos, mas tem um estilo pessoal inimitável, que nos enche a vista e alimenta a imaginação.
SPENCER de Pablo Larrain - 5
São as férias de Natal da família real britânica e a Princesa Diana, meio-louca, sente que aquela não é a vida que deseja e está com vontade de mandar todos à merda... Quem não estaria?
Antes de me debruçar sobre este drama baseado em factos verídicos (mais ou menos), duas coisas que devem saber. Primeiro, nunca segui muito os passos da família real e da Princesa Diana, nem era um dos seus admiradores. Segundo, a jovem Kristen Stewart raramente me convence como atriz e não é com este filme que vou mudar de opinião.
O realizador chileno Pablo Larrain, que antes nos deu JACKIE e o excelente EL CLUB, dá-nos um retrato lúgubre da família real, cuja vida cinzenta é estremecida pelas cores de Diana. O ritmo lento não me ajudou a “entrar” no filme, mas não deixei de me sentir enervado com aquele estilo de vida e, particularmente, com o Major Alistar Gregory, uma espécie de “ogre” que tudo controla.
O melhor do filme é a sequência em que Diana visita a sua casa de infância, agora em ruínas e digna de um filme de terror. O fabuloso vestido que ela usa nessa cena, dá-lhe um ar surrealista.
Quanto a Kristen Stewart como Diana... bem, diria que ela está um bocado “over-acting” (será que Diana era assim tão tontinha?). A seu favor tem o facto de ter o mesmo ar de sonsa que Diana tinha e, fisicamente, até está muito bem. A passagem de modelos era dispensável, mas a moça fica bem com aquelas roupinhas.
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