terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

JORGE VAI AO CINEMA – Rir ou Não Rir Eis a Questão

No passado sábado fui duas vezes ao cinema e deparei-me com uma situação engraçada. Os filmes escolhidos, UMA MULHER DO OUTRO MUNDO e MOONFALL – ROTA DE COLISÃO, não podiam ser mais diferentes.

O primeiro uma comédia sobrenatural baseada numa peça clássica do Noël Coward, o segundo um filme catástrofe de ficção científica. É verdade que me ri um pouco no primeiro, mas, por muito mal que isto possa parecer, ri-me muito mais no segundo. O que levanta a questão, rir da desgraça dos outros e do destino terrível do nosso planeta fará de mim uma má pessoa? Talvez sim, talvez não, mas não consegui resistir. 

 

Confesso que adorava ter rido mais com a história de um escritor com falta inspiração que é assombrado pelo fantasma da sua primeira esposa, para raiva da sua actual, do que com o MOONFALL. Tive a sorte de ver esta peça, faz já alguns na Broadway, com Angela Lansbury como a falsa médium Madame Arcati e diverti-me muito mais. 


Apesar do bom elenco desta nova versão, achei que estavam todos a esforçarem-se demasiado para terem graça e isso acaba por dar cabo do humor. Até a personagem de Madame Arcati, aqui interpretada por Judi Dench, começa por ser cómica, mas depressa perde a graça. Como se costuma dizer, mais vale cair em graça do que ser engraçado. E se nunca viram a versão de 1945, com Rex Harrison e Margaret Ruthford, aconselho a não perderem!




 

Já com a história da lua em rota de colisão com a Terra, o novo desastre catástrofe de Roland Emmerich (INDEPENDENCE DAY, THE DAY AFTER TOMORROW, 2012), não consegui controlar o riso. O filme é suposto ser dramático e tenso, mas é por vezes tão mau (não imaginam o que é possível fazer-se com a força gravitacional da lua) que o melhor é mesmo rir. 


O elenco liderado por Halle Berry e Patrick Wilson já viu melhores dias e nem a presença relâmpago de Donald Sutherland salva o dia. Os efeitos especiais são fraquitos e, porra, onde estão as sempre excitantes cenas da multidão a fugir? Aqui parece que o planeta Terra está vazio, com raras excepções. Não me levem a mal, adoro cinema catástrofe, mas os melhores exemplos são aqueles em que a acção se resume a um local e a um punhado de personagens tornadas interessantes por um bom elenco – TOWERING INFERNO, THE POSEIDON ADVENTURE.

 

Na minha opinião, rir faz sempre bem e o sentido de humor varia muito de pessoa para pessoa e de situação para situação. Assim, sem vergonhas, ri-me muito com o segredo da lua (o aspecto mais interessante do MOONFALL) e dos seus resultados catastróficos, mas adorava ter rido mais com o fantasma da esposa, que até tem um ar leve e despreocupado, mas não aconteceu.


UMA MULHER DE OUTRO MUNDO (Blithe Spirit) de Edward Hall – Classificação: 4 (de 1 a 10) 

 

MOONFALL – ROTA DE COLISÃO (MoonFall) de Roland Emmerich - Classificação: 2 (de 1 a 10) 





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